Caras alunas, caros alunos,
Colegas.
Uma palavra da Coordenação Geral Acadêmica a respeito do movimento estudantil deflagrado ontem à noite e ratificado hoje de manhã.
Antes de tudo, um agradecimento pela maneira respeitosa, cordata e fraterna com que tudo ocorreu. Penso que essa é também uma oportunidade pedagógica. Já que se envolveram num movimento político, que seja, também, para aprendizado. Logo, ajam com sobriedade, com auto-observação, percebendo-se como agentes e como gente. Não se permitam entrar no “automático”. Ajam com responsabilidade e consciência. Não chego a dizer: ajam como cristãos, porque, a cada dia, esse termo perde o significado que um dia teve. Ajam, pois, como homens e mulheres ciosos de si, de deus direitos, mas, sobretudo, de suas responsabilidades.
A ação política faz parte da vida estudantil. O Brasil tem boas lembranças disso. A Coordenação não vai nem fomentar nem “desfomentar” sua organização e movimento. Entendo ser um direito estudantil a sua livre-determinação. Somente lembro que, como todas as nossas ações, cuidamos saber como começá-las, mas nunca sabemos como elas terminam, nem que ações segundas provocam. De modo que, em tudo, é imperioso manter a calma, a serenidade. Há que se ser forte, forte, muito forte – mas sem perder a ternura... Sejam, pois, ternos.
Outrossim, é muito importante que sejam cuidadosos quanto ao que dizem e, principalmente, quanto ao que escrevem. Não pretendo demovê-los da ação necessária de se expressarem, correndo o risco de errarem, e de, assim, aprenderem: quero apenas sugerir que evitem escrever coisas ofensivas, as mais das vezes, desnecessárias. Hoje, li e-mails que, no fundo, estão grávidos de razão, mas que, dada a forma deselegante com que foram lavrados, deixam-se afundar na impressão da “desrazão”. Que pena! Podiam falar mais alto, se falassem mais serenamente. Mertiolate arde, mas cura – ácido, come é mais carne ferida... E pra quê?
Repito o que lhes disse hoje de manhã, e acrescento outro tanto: em tudo quanto fizerem, não usem em vão o nome “Deus”. Sim, a mocidade está carregada do hormônio da convicção – que seja! Mas cuidado para não usarem politicamente o nome que dizem venerar: que Deus seja nosso apoio, não nossa espada. Que ele os acompanhe nesse movimento, se ele assim o desejar, mas não façam nada como que em nome de uma atitude profética que, no fundo, reduz-se ao risco da manipulação de consciências. Nesse mesmo rumo, cuidado para não manipularem pessoas: não usem pessoas como se usam instrumentos. Dialoguem, respeitem, saibam silenciar.
Façam tudo para que os ovos necessariamente quebrados por conta dessa omelete sejam tão somente os necessários. E, finalmente, assim como foram sábios na hora de começar, sejam sábios para parar. Não se permitam ser levados pelo vento, pela correnteza: assumam o controle do movimento, e, se decidirem suspendê-lo, façam-no. Não podemos ficar sem aulas indefinidamente. Assim, é meu pedido pessoal, tão logo estejam definidas sua ação política de curto e médio prazo, tão logo esteja marcada sua posição política de defesa do Seminário, não há razão para interrompermos mais do que por esse tempo o tempo das aulas, concordam?
A Coordenação Geral Acadêmica espera que sejam dias pedagógicos, esses. Que cada um de nós saiba apreender deles lições importantes. A minha, começo desde agora: ver o conjunto dos alunos da Colina levantar em solidariedade à Diretoria, à Coordenação, aos Professores e Professoras da Casa ensina-me que sempre há esperança. Poderá algo bom vir da Galiléia...?
Obrigado.
Osvaldo Luiz Ribeiro
Coordenação Geral Acadêmica
Faculdade Batista do Rio de Janeiro
Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil
Convenção Batista Brasileira
As reuniões existirão já na segunda feira para que as medidas tomadas sejam expostas e definidas, bem como o retorno às aulas...
ResponderExcluirsim, e para informar aos demais sobre os passos a ser tomado daqui para frente.
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