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terça-feira, 20 de abril de 2010

Sobre a demissão de professores


1. Caros professores e caras professoras, sei que esse é um momento delicado, e qualquer coisa que se escreva pode ser interpretada sempre pelo pior ângulo possível. Assim, conquanto eu deseje ardentemente a transparência, corro risco de sempre incorrer em excessos "polissêmicos". Por isso, peço que não procurem encontrar "entrelinhas" nos comunidados aqui postados - eles são o que são, e nada mais do que isso. É óbvio que sempre haverá coisas ditas e coisas não ditas, a gestão não se faz com todas as pedras sobre a mesa, há informações que são de ordem muito sigilosa, mas nada de conspiratório, apenas informações nervosas, digamos assim. Agora, quanto às informações ditas, essas são o que são.

2. Quero me dirigir aos professores e às professoras que ficarão. Não será fácil. Para quem deseja ficar, e ficará, a primeira sensação é de alívio e conforto - mas quero deixar registrado que os que ficarem carregarão pedra nas costas. Arcaremos, os que ficarmos (eu, até que outra seja a orientação superior) com o ônus de assumir a "carga" dos dispensados, de modo que teremos um, dois ou três semestres muito, muito pesados pela frente.

3. Insisto nesse ponto, porque ele foi muito claramente informado durante as entrevistas.Nem a Coordenação, nem a Diretoria, nem a FABAT, nem os alunos podem ser surpreendidos com desânimo, descontentamento, descompromisso, depois de alinhavadas todas as decisões, implementadas todas as demissões e dado corda nova no velho relógio. Os que ficarem, não nos enganemos: serão dias de muitíssimo árduo trabalho, e a Coordenação não negociará, por conta disso, perda de qualidade, "faltas", comentários de corredor e coisas desse tipo, atitudes e ações que durante muito tempo estiveram presentes na Colina, desde há muito, muito tempo atrás.

4. Quero acreditar que a equipe que permanecer (e permanece porque afiançou compromisso com a permanência) somará, comprometer-se-á, dedicar-se-á, ciente de que não serão dias "normais" nem "ideais", mas dias excepcionais, de excepcionalidades, todas, desde já, de antemão sabidas. Seria desastroso, amanhã, concluir que teria sido melhor não ter dispensado fulano e ter mantido beltrana - risco sempre possível. Penso que todos concordam com isso...

5. Não se trata de falta de fé ou confiança na equipe que permanecerá: um dos critérios foi justamente esse. Se trata de confessar a situação muito frágil em que a Coordenação permanecerá, na pendeência total do comprometimento dos professores, da compreensão dos alunos, da mão de Deus. Quero crer que tenha acertado na escolha. Deus o queira. Vocês o confirmem.

6. Aos que não permanecerão, conversaremos logo mais.


OSVALDO LUIZ RIBEIRO
Coordenação Geral Acadêmica

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