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domingo, 7 de março de 2010

Quando saem os bons por Sérgio Dusilek


QUANDO SAEM OS BONS

Há momentos na vida que são inesquecíveis. Casamentos, datas especiais, nascimento de filho... mas há momentos também que você é inserido na História. Hoje participei de um deles. Estou falando da renúncia do Pastor, Profeta e mui querido Carlos Elias da presidência da Convenção Batista Carioca.

Conheci Pr.Carlos ainda como seminarista. Travamos uma amizade de respeito e consideração mútua por conta do nosso tempo de estudo no STBSB. Estudamos no mesmo período (1995-1998), eu pela manha e ele pela noite. Nosso relacionamento foi construído em sala de aula, tanto nas matérias que ele fazia pela manhã, quanto nas que eu fazia a noite com ele.

Pude perceber nesse tempo que Pr.Carlos é homem sério, inteligente, íntegro, amante da verdade, e servo fidelíssimo de Jesus. É trabalhador (quem o conhece sabe quanto ele trabalha) e dedicadíssimo. Aplicado à correção, transpira a transparência que há no Reino de Deus e que falta nos corredores da religião institucionalizada. Sem dúvida ele é uma das melhores coisas que aconteceu no seio dos batistas brasileiros em décadas.

Pr.Carlos é um homem BOM. Em sua boca não há dolo. Em seu coração não há perversidade. Ele é uma dessas pessoas que refletem o Deus a quem serve. Se Deus é Bom (e de fato Ele o é!), reconhecer a bondade de alguém é também reafirmar a presença e a intensidade do Senhor na vida dessa pessoa. Num tempo escasso de bondade, Carlos Elias se tornou uma espécie de Oásis. E como todo Oásis, ele nunca foi a fonte de água, mas nele está presente a FONTE que é JESUS.

Alguém como ele deveria durar anos na liderança do povo de Deus. O próprio testemunho de inúmeros líderes de como ele foi eleito na ultima assembléia anual da CBC, aponta para uma incrível verdade: ele foi a última aposta de Deus como resposta à oração de servos fiéis que clamavam por Sua intervenção no âmbito do trabalho batista carioca. Tenho a vívida sensação de que agora o cálice da maldade subiu até os céus (Jn.1:1-2) e que a justiça do Senhor, seu “vento oriental”(Ez.8) soprará com toda força sobre esse apodrecido tecido religioso que se tornou a cooperação batista no Rio de Janeiro.

Há horas que os bons se cansam. Há horas que os bons percebem que estão a remar sozinhos. E não é no meio do mar. Se fosse assim... é no meio do lodo, no meio de um lamaçal mesmo. Há horas em que a crise de valores se torna tão aguda e acentuada (a ponto das pessoas acharem correto fazer o que é errado) que não há mais nada a ser feito. Nessa hora é preciso sair.

Penso que os bons têm que sair. Não para que o mal tome o espaço. Mas para que a justiça de Deus se estabeleça. Pois onde há um justo (“exterminarás o justo com o ímpio?” – Gen.18:23b), nem “sodomas confessionais”, nem “Gomorras institucionais” podem ser alvos do juízo divino. Aliás haverá menos rigor para estas cidades no dia do juízo do que para o conselho da CBC que hoje esteve reunido (Mt.11:24).

Quando os bons saem:

a) O juízo vem. E que Ele venha mesmo! Coisas estranhas começarão a acontecer no “nosso meio”, e hoje pela manha entendo que foi decretada a sorte da CBC – os babilônios (coisa que falei há 3 anos no plenário da CBC em Vila da Penha) já estão vindo sobre a convenção. Pode crer nisso;

b) Há folga para o justo – de alguma forma Deus livrou Seu servo Carlos Elias de um atoleiro (Salmo 40:2). Perceba que no atoleiro a lama não está dentro do salmista, mas fora dele. Pr.Carlos, Deus deu livramento a você;

c) O testemunho dele, o cântico novo a que faz menção o verso 3 do Salmo 40, impactará muito mais gente que a permanência no meio de “pano velho”. Creio piamente que o profícuo ministério do Pr.Carlos Elias se tornará ainda mais amplo e abençoado do que já é e que o Salmo 40 se cumprirá em sua vida e em sua igreja.

d) Há oportunidade do novo. Quem eram os bons na época de Jesus? Ele e Joao Batista desenvolveram ministérios, como bem lembra Pr.Novaes, à margem de tudo aquilo que era institucional. Quando os bons passam para a margem e os marginais para o centro do poder, percebo nisso uma ação do Espírito para realizar algo novo. O Sinédrio teve inúmeras reuniões ao longo de sua existência. Deus não esteve presente em nenhuma delas. Isso porque Jesus, encarnação do Verbo, andava bem longe dali. Os Caminhos do Reino não passam pelas salas de reuniões de lideranças religiosas apegadas às sombras (Heb.10:1) e não a JESUS (Heb.1:1-2)!

Chegou então a hora da novidade de Deus! Como ela vai aparecer eu não sei. Mas convicto estou que vem surgindo (Is.43:18,19).

e) Quando os bons saem a história é escrita e o apocalipse é vivido (Ap.6:9-11). O “5º selo” é retirado. E logo depois dele vem o “6º”... pode parecer óbvio, mas leia o verso 12 em diante para que você entenda o porquê da ênfase.

f) Quando os bons saem há separação e distinção (joio e trigo). Agora é hora dos demais bons saírem também, uma vez que a praga do joio já tomou conta. Quem ficar praticamente se declara joio também;

g) Por fim quando os bons saem há testemunho – um centurião testemunhou de Jesus (Lc.23:47). Na boca de qualquer presente há uma afirmação: “Verdadeiramente este homem era justo”.

Sai dessa reunião conversando com Pr.Novaes sobre o que vimos e vivemos. Disse que publicaria pelo menos 1 texto no meu blog sobre isso. Ele também o faria como já o fez. Quando os bons saem a história é escrita. Quando os bons saem há registro!

Que Deus continue a derramar sua benção sobre você Pr.Carlos Elias, filho do Altíssimo!

Pr.Sérgio Dusilek

sdusilek@gmail.com

Pastor da CBRIO- Comunidade Batista do Rio de Janeiro

http://sergiodusilek.wordpress.com/

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